A
cheia do rio Madeira já dura três meses e nesse período deixou um rastro de
destruição e abandono nos municípios de Rondônia. O rio chegou a marca
histórica de 19 metros e 74 centímetros segundo dados da Agência Nacional de
Águas. Até agora mais de 30 mil pessoas foram afetadas em várias cidades, mas a
capital, Porto Velho, localizada às margens do rio Madeira, foi a mais
atingida. A BRs 364 e 425 foram as mais afetadas e ficaram inundadas em vários
trechos deixando isolados os municípios de Guajará-Mirim e Nova Mamoré, assim
como o Estado do Acre.
Os
desabrigados ainda estão alojados em escolas, sindicatos, igrejas e abrigos da
Defesa Civil. Muitas famílias perderam tudo e suas casas serão demolidas, pois
não oferecem mais segurança e podem desabar. Em Porto Velho 1.806 famílias ainda
estão desabrigadas e 4.226 na casa de parentes e amigos. A cheia do rio Madeira
também compromete diretamente a educação. Cerca de 7 mil estudantes ficaram sem
aula durante três meses, por causa da ocupação das escolas pelos desabrigados.
As
comunidades ribeirinhas da Capital rondoniense são as mais atingidas pela
cheia. Os distritos de São Carlos, Nazaré, Calama e São Sebastião localizados
às margens do Madeira foram totalmente inundadas. Todos os moradores foram
retirados por equipes dos Bombeiros, Defesa Civil, Militares do Exército,
Marinha, Polícia Militar e voluntários. A força da água atingiu as plantações e
os agricultores perderam toda a produção.
O
governo de Rondônia e a prefeitura de Porto Velho decretaram estado de
calamidade pública. Os prejuízos econômicos na indústria, comércio e na
agricultura ainda não foram calculados, mas os primeiros levantamentos revelam
números alarmantes. Segundo a Secretaria de Estado de Estudos Estratégicos os
prejuízos somam 1,2 bilhão de reais no comércio e na indústria apenas nos
municípios de Porto Velho, Guajará-Mirim e Nova Mamoré.
Mas
os prejuízos no estado de Rondônia podem chegar a 5 bilhões de reais. Somente
na Capital, calcula-se um prejuízo de 613 milhões de reais na agricultura. Dados
da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento apontam que em 2013 a produção
agrícola atingiu a marca recorde de 280 toneladas em Porto Velho. Nesse ano, 100%
da produção foi perdida. Laticínios, rebanhos e lavouras inteiras foram
destruídos. Somente na Capital, as perdas na agricultura somam mais de 105
cabeças de bovinos e suínos, 1,7 milhão de litros de leite, 72.400 quilos de
peixe da piscicultura e pesca artesanal.
A
cheia do rio Madeira provocou estragos e prejuízos econômicos em outros
municípios. Moradores de Guajará-Mirim e Nova Mamoré ficaram isolados e ilhados
por mais de sessenta dias. É que as BRs 364 e 425, única ligação entre Porto
Velho e esses dois municípios, tiveram vários trechos alagados. A população sofreu
com o desabastecimento de alimentos e combustíveis, principalmente gasolina e
gás de cozinha. O comércio parou e pacientes mais graves tiveram que ser
transportados de avião para Capital.
As
águas não pouparam as aldeias indígenas localizadas às margens dos rios Mamoré
e Guaporé. Outros distritos como Jaci Parana, Araras, Abunã também ficaram
isolados.
As
águas já começaram a baixar, mas deixaram um rastro de destruição e prejuízos. A
assistência às vítimas das cheias continua. Começa agora uma grande mobilização
da sociedade rondoniense pela recuperação dos prejuízos, pela reconstrução dos
lares, da infraestrutura e da economia do Estado. Rondônia, que foram
fortemente abaladas. Rondônia é um estado jovem e conta com o apoio da União e
de todo o Brasil.