O programa anticrack do governo
federal precisa ser ampliado com urgência. No Brasil inteiro essa droga vem
ganhando mais e mais adeptos, e precisamos olhar para essa situação através de
três pontos de vista:
- o social, sobre os problemas que
são gerados, como as crackolândias;
- a saúde, por causa do peso que é
descarregado sobre o sistema de saúde público devido ao aumento do número de
pessoas que demandam tratamento, assim como as conseqüências indiretas;
- e da segurança.
O ponto de vista da segurança creio
ser um dos mais importantes porque é ele que tem hoje a capacidade de tornar
cada vez mais difícil de ser controlado o problema das drogas.
A questão é que o crack é uma droga
de produção muito barata, e que gera um lucro absurdo. Ela não é composta
apenas de cocaína, mas de outros ingredientes que aumentam seu poder de
toxicidade sem aumentar o seu custo – muito pelo contrário.
A partir do momento em que o
narcotráfico lucra mais, aumenta seu poder, seja com armas, com propinas,
aumentando a sua esfera de influência com corrupção e remunerando mais e melhor
as pessoas envolvidas em seu tráfico, o que faz com que mais gente seja atraída
para entrar na criminalidade.
Esse lucro fácil vem fazendo com que
o tráfico de crack – antes controlado até mesmo pelos próprios traficantes de
outros tipos de drogas – seja expandido para todo o território nacional, seja
em cidades grandes ou pequenas. E enfrentar o narcotráfico poderoso, com
recursos, é uma tarefa cada vez mais difícil.
Como agir, então?
Acredito que é preciso uma integração
total da sociedade organizada, a partir das famílias até a presidenta da
República. Precisamos educar nossos filhos, companheiros e companheiras para
reduzir a demanda, a procura das drogas;
precisamos tratar os dependentes com urgência, em todos os cantos, onde eles se
encontrem; precisamos combater o tráfico, sufocá-lo, impedir que os
narcotraficantes tenham acesso às matérias primas necessárias, vetar seu acesso
às armas e munições, cortar seus contatos com a banda podre das polícias; e,
finalmente, impedir que os narcotraficantes já presos mantenham o controle de
suas organizações criminosas.
É uma tarefa gigantesca, mas os
resultados serão vistos por toda a sociedade, com a redução da criminalidade; a
queda da pressão sobre o sistema de saúde; melhor rendimento na educação;
melhor aplicação das verbas públicas; melhoria da qualidade de vida.
É hora de decidirmos qual futuro
queremos.