quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Catástrofe com viés ambiental

Participei de reunião hoje (20) da Comissão Representativa
É preciso tomar cuidado para evitar que a tragédia do Rio de Janeiro ganhe um viés ambiental. Ao invés de começarmos a discutir, de forma unânime, diretamente uma forma de implantar o mais rápido possível um sistema de prevenção a desastres naturais, corremos o risco de entrar em um debate infrutífero sobre uma revisão no Código Florestal.

Ora, deslizamentos, enxurradas e escorregamentos sempre ocorreram. Catástrofes como essa já ocorreram antes na história do País. Nos anos 60 houve ocasião em que morreram mais de 400 pessoas em um único desastre provocado por chuvas. Considerando a proporcionalidade da população, não podemos julgar que tenha sido um evento menor.
Levar essa discussão para outra seara é mudar o foco, dividir o Congresso e causar um atraso ainda maior na criação de um sistema de defesa e prevenção.
A ocupação das áreas de risco, a destinação do lixo e outros temas são importantes, mas não afetam em um sistema de prevenção - isso já vem sendo analisado em esforços que podem ser paralelos.
Um sistema como esse deve existir independentemente das ações do Homem, porque a fúria da natureza pode ocorrer de qualquer forma. Além disso, existem cidades inteiras localizadas em vales e regiões consideradas de risco.

Eu sugiro que olhemos para as técnicas de prevenção já desenvolvidas há anos no Vale do Itajaí, região de Santa Catarina que tem diversas semelhanças com a região do Rio de Janeiro afetada pelas chuvas na semana passada. Lá a sociedade civil organizada desenvolveu métodos seguros de prevenção, de alerta e de contenção de desastres desde 1983, reformulado em 2008, após um desastre climático parecido com o da semana passada.
Vamos colocar os pingos nos "is" para que os esforços do Congresso Nacional não passem a patinar na lama dessa tragédia.

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