Muito acertado o posicionamento do governo federal apresentado pelo ministro Aloízio Mercadante (Ciência e Tecnologia) sobre o Plano Brasil Maior. Ele está agora, no Senado, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) explicando os aspectos do plano que tem como missão principal estimular a indústria brasileira.
Elogiamos ontem, no plenário, o Plano, como intenção da presidenta Dilma fazer um enfrentamento à crise econômica mundial. Mas não é somente isso. O plano, nesse momento, deve ser como se o Brasil batesse o martelo em sua decisão de se tornar uma nação realmente industrializada. Mas o que isso significa?
Significa que o Brasil deve decidir “ganhar a vida” não mais apenas com a venda de matérias primas e com o turismo, por exemplo. Fazemos isso desde o descobrimento, mandando minérios, açúcar ou café para as metrópoles (e comprando manufaturados de volta). Esse tempo já se foi – e foi tarde!
Temos que avaliar os 20 produtos industrializados mais vendidos no mundo hoje, como tablets, celulares, computadores, etc e saber quantos são fabricados no Brasil, ou quantos foram inventados e patenteados no Brasil.
Temos 200 milhões de celulares no Brasil, como disse o ministro. Quantos modelos foram inventados no Brasil? Somos o terceiro maior mercado de computadores do mundo. Quantos modelos foram criados, projetados e patenteados no Brasil? O que estamos criando de novo em termos desses aparelhinhos que os chineses vendem como se fosse água?
Isso gera riqueza? Basta ver quanto que os brasileiros gastam no exterior comprando legalmente esses produtos para trazer ao Brasil. Basta imaginar quanto é gasto em contrabando desses produtos...
Basta também que o brasileiro vá até uma das movimentadíssimas “feiras do Paraguai” que se espalham em todo canto do Brasil, e avalie quantos daqueles brinquedos, calculadoras, GPSs, players de MP3 ou vídeos são fabricados no Brasil.
Para o ministro Aloízio Mercadante, esse é o nosso grande desafio. Concordo com ele. Venho falando no plenário que o Brasil não pode mais ser aquele exportador de commodities, de produtos agrícolas, mas sim um exportador de produtos industrializados. Para isso precisamos investir mais no ser humano, na educação e na nossa cultura.
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