Foi com grande pesar e muita preocupação que vi, estampada nas páginas da imprensa de meu estado que apenas duas entre cada dez famílias consegue uma vaga nas creches públicas da Capital, Porto Velho.
Em 2012, em comparação a 2011, cresceu em 38% a procura por vagas em creches do município. A população aumentou muito em função das obras das usinas do Rio Madeira, ganhando dezenas de milhares de habitantes a partir de 2008. Trabalhadores da construção civil, engenheiros, comerciantes e empresários que vieram com suas famílias, que formaram novas famílias em Rondônia.
Sem opções de onde deixar os filhos para poderem ir trabalhar, mães e pais que não têm condições financeiras para contratar uma creche particular, são obrigados a tomar medidas que contrariam até mesmo a lei.
Essas famílias acabam deixando os filhos em casa, sozinhos ou aos cuidados dos filhos mais velhos, que também são crianças. Isso constitui uma situação considerada ilegal, porque caracteriza abandono de incapaz, e que tem consequências trágicas.
Segundo publicou o jornal, de acordo com a Sejus (Secretaria Estadual e Justiça), a maior parte dos apenados da capital não tiveram acesso à creche na infância. Viveram boa parte da infância sem ter um adulto por perto. Livres para brincar na rua, iniciaram o contato com as drogas e a criminalidade.
Essa situação de abandono pode provocar casos extremos como o de um menino de sete anos, cuja identidade da família não foi revelada pela reportagem, que era deixado trancado no banheiro de casa pela mãe. De acordo com o conselheiro tutelar que encontrou o menino trancafiado no banheiro, “A pobreza extrema e a falta de opções das mães provoca tragédias como esta, que vitimizam as crianças”.
Mesmo quando a falta de creches não causa problemas extremos como esse, acaba atrapalhando o desenvolvimento das crianças. É equivocada a ideia de que na faixa de idade em que as crianças necessitam de creches, elas apenas precisam de espaço para brincar. De acordo com a reportagem, a educadora Suzane Rosa, diretora de uma creche do município, é nessa faixa de idade, a partir dos 3 anos de idade, que tem início o trabalho de preparação da alfabetização.
De acordo com informações levantadas pelo Conselho Tutelar de Porto Velho, quase que 100% das famílias que procuram as creches do município têm uma renda total em torno de um a dois salários mínimos. Para essas famílias, a creche pública é a única chance que eles têm de deixar seus filhos em segurança durante o tempo em que precisam trabalhar. De acordo com uma pesquisa feita pelo próprio Conselho Tutelar, a média de preço de creches particulares na capital de Rondônia é de 400 reais por mês, para cuidar de uma criança pequena durante todo o dia.
Atualmente, oito creches encontram-se em fase de construção em Porto Velho. Duas delas encontram-se em estágio adiantado e devem entrar em funcionamento ainda este ano, na zona leste do município, uma no bairro Teixeirão e outra no bairro Marcos Freire.
Essas creches estão sendo construídas com recursos do MEC, e as seis restantes serão situadas nos bairros Jardim Santana I e II, Três Marias, Eletronorte, Areia Branca e Pedrinhas. A prefeitura, sob a administração de meus amigos Mauro Nazif e Dalton di Franco estão fazendo um intenso trabalho para que as creches sejam construídas em locais onde a demanda por esse serviço sejam maiores. No entanto, senhor presidente, essas unidades de ensino estavam programadas, pela administração anterior, para serem finalizadas em 2009!
Isso quer dizer que quando ficarem prontas o atendimento da demanda por vagas já estará defasada por causa do crescimento natural da população. Para complicar ainda mais a situação, as unidades tiveram que ter seu custo de construção corrigido de 1,2 milhão para 1,9 milhão, e a diferença teve que ser custeada pela própria prefeitura. Também serão construídas creches em todos os distritos da capital, com exceção de Jacy-Paraná, que já conta com este benefício.
Eu parabenizo o Mauro Nazif e meu amigo do PDT, Dalton di Franco, por esse empenho para ajudar as populações mais carentes.
No entanto, precisamos fazer mais.
Assumo o compromisso de auxiliar a prefeitura de Porto Velho a cumprir com a promessa de construir mais 40 creches na Capital até 2016, porque a população não para de crescer e a demanda por esse serviço sempre vai aumentar. É preciso que o Poder Público seja capaz de sair na frente das demandas, criando uma infraestrutura que trabalhe com folga, para que não precisemos mais penalizar a população com a falta de vagas.
Estou hoje mesmo marcando audiência no FNDE para buscar mais recursos afim de viabilizar a construção de novas unidades distribuídas em todo o município. Atualmente, além da falta de creches, a população ainda sofre com a distribuição irregular das mesmas, pois muitas vezes precisam se deslocar de um lado para o outro da cidade no percurso entre casa, creche e trabalho.
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