O Brasil está debruçado hoje em dia sobre o trabalho de aprovar uma reformulação de seu Código Florestal. Do jeito que está a nossa agricultura está amarrada e travada, com inúmeros problemas a ponto de explodir. Apesar disso o Brasil é na atualidade um dos maiores produtores de alimentos do planeta, com projeção de se tornar, dentro de poucos anos, no maior produtor, ultrapassando os líderes Estados Unidos e sobrepujando definitivamente a Europa neste sentido.
A proposta do novo Código Florestal pode transformar isso em realidade ainda mais rápido, sem causar danos ao meio ambiente, como vem afirmando alarmistas relatórios de ONGs internacionais. A tendência, com a redação atual da proposta, é para o equilíbrio. E esse balanço entre produtividade e meio ambiente deve ser uma prioridade para cada rondoniense, cada brasileiro. Mais que isso, para cada cidadão no mundo.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) comunicou esta semana que o preço mundial dos alimentos subiu 39% em um ano. Esse é o tipo de notícia que não é agradável para um planeta onde mais de um bilhão de pessoas ainda passa fome. Poderia ser uma notícia interessante para produtores de alimentos nos Estados Unidos, que publicaram estudos, em 2010, mostrando como os preços dos produtos agrícolas subiriam caso eles alcançassem o objetivo de reduzir a produtividade do agronegócio brasileiro.
O preço do açúcar, segundo a FAO, puxou para cima essa inflação dos alimentos, na ordem de 14%, enquanto os relatórios da mesma entidade afirmam que os preços dos cereais puxaram 1% para baixo o mesmo índice. E adivinhem o motivo dessa queda: Os grãos desabaram no fim do mês passado, depois que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou números surpreendentes da área plantada e dos estoques trimestrais do país.
Ou seja, foi uma boa notícia para o mercado global de alimentos saber que os EUA plantaram cereais em uma área muito extensa. Logo, faz estranhar que as entidades ambientais internacionais estejam lutando para que o Brasil tenha menos áreas para cultivos de alimento.
Sinceramente, o agroprodutor brasileiro quer ganhar mais, mas quer receber isso com aumento de produtividade, e não aumento de preço. Se fosse para aumentar de preço bastaria plantar menos para reduzir a oferta e aumentar a procura, não é verdade? Mas isso não seria positivo para ninguém no Brasil nem no resto do mundo.
Já falamos no Senado que a área útil de plantio no mundo é muito pequena. Precisamos saber aproveitar bem dela, sem causar desequilíbrio para a natureza. Mas não podemos esquecer que fazemos parte dessa natureza, desse meio ambiente. E nossos indicadores de desenvolvimento social são tão importantes quanto as reservas florestais. Desta forma, precisamos avaliar se é aceitável aumentar as áreas de proteções ambientais e – ao mesmo passo – aumentar as favelas pelo Brasil. Pior ainda, precisamos tentar entender o porquê de apenas o Brasil estar tentando reflorestar e manter essas áreas de proteção. O equilíbrio ambiental somente será alcançado de forma global, com um trabalho integrado que pode e deve ser encabeçado pelo Brasil. Da mesma forma que encabeçaremos a produção mundial de alimentos pautada pela alta produtividade, e não pelos altos preços.
Um bom final de semana para todos.
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