James Cameron ao lado de índios da Amazônia, em Manaus |
Na ocasião, eu fiz um pronunciamento no Senado no qual sugeri a ele vir para Porto Velho ou para Manaus, na Amazônia brasileira, que ele tanto queria defender, para construir um estúdio e aqui filmar seus filmes, as sequências de Avatar, assim gerando empregos, gerando tecnologia limpa, desenvolvimento sustentável e a conservação da floresta.
Pois então, alguns anos depois, no último dia 16, com surpresa vejo nos noticiários o mesmo cineasta, que faturou quase 3 bilhões de dólares com o filme Avatar, anunciar juntamente com membros do governo da Nova Zelândia, que vai filmar as sequências daquele longa metragem naquele país.
Ele estava ao lado do primeiro ministro do país, John Key, em Wellington, quando deu essa notícia. De acordo com a agência de notícia Reuters, o ministro do desenvolvimento econômico da Nova Zelândia, Steven Joyce, afirmou que: ''as sequências de Avatar vão gerar centenas de empregos e milhares de horas de trabalho diretamente no setor de cinema, assim como trabalhos em toda a economia''.
Quando eu fiz o convite ao cineasta James Cameron eu não estava brincando. A indústria do cinema é um negócio bilionário que contrata milhares de pessoas ao redor do planeta, e é uma indústria que, sob certos aspectos, pode causar baixo impacto ambiental.
As sequências de Avatar estão orçadas em mais de 1 bilhão de dólares e representam um negócio tão grande que foram tratadas pelo diretamente pelo primeiro ministro e pelo ministro do desenvolvimento econômico com o cineasta.
Se os filmes fossem feitos na nossa Amazônia, certamente iriam contribuir para o desenvolvimento sustentável da região. O governo brasileiro certamente não empreendeu o mesmo esforço que o governo neozelandes para trazer as gravações da sequência de Avatar para a Amazônia, mas também não houve nenhuma demonstração por parte de Cameron neste sentido.
Se James Cameron, assim como as centenas de ONGs internacionais que se dizem preocupadas com a preservação da Amazônia, tivessem interesse sério e legítimo na conservação socioambiental da Amazônia e dos povos tradicionais, a história seria diferente. Não seria apenas da boca para fora. Ou seja, James Cameron não vai filmar Avatar na Amazônia brasileiria porque seu interesse é outro.
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