O Brasil é um dos maiores países do mundo em extensão territorial. Temos uma população de cerca de 200 milhões de pessoas distribuídas de forma desigual e tem sido um grande desafio levar infraestrutura, segurança e saúde para todos os brasileiros de maneira uniforme. Recentemente considero que tenhamos chegado ao limite do aceitável em termos de atendimento médico-hospitalar nas regiões mais distantes dos centros urbanos, e a população vem sofrendo com isso.
Por isso é que eu comemoro a iniciativa do Ministério da Saúde de colocar em ação, a partir desta segunda-feira, um programa para fazer a redistribuição de médicos no país. Será oferecido um salário de R$ 10 mil para os médicos que forem trabalhar no interior do país, e em regiões de fronteira e na Amazônia os profissionais de saúde receberão um bônus anual de R$ 30 mil. Os contratos serão de 40 horas semanais, de 3 anos de duração com direito à renovação.
Essa decisão foi tomada em reunião na última quinta-feira, na qual estive junto com o ministro Alexandre Padilha, que, atendendo uma sugestão nossa, vai dar preferência a médicos brasileiros que se formaram no exterior, mesmo que não tenham feito o exame Revalida, que tenham estudado em cursos de Medicina reconhecidos naqueles países, como Bolívia e Cuba, por exemplo.
Durante a reunião com o ministro da Saúde ficou estabelecido que as vagas não preenchidas pelos médicos brasileiros (formados aqui ou no exterior) serão ocupadas por médicos estrangeiros. O contrato desses médicos será feito de forma semelhante ao dos brasileiros, mas com a garantia de que não serão autorizados a fazer o exame Revalida e que trabalharão exclusivamente para o Sistema Único de Saúde (SUS) em cidades selecionadas para o programa.
Os contratos dos médicos estrangeiros (inicialmente de Portugal e Espanha) serão também de três anos e, reforço aqui, eles não terão autorização para trabalhar fora dos locais para onde forem designados.
O exame Revalida é o que mede se os médicos formados em outros países têm o mesmo padrão de conhecimento dos médicos formados aqui. Atualmente, mais de 500 médicos rondonienses formados na Bolívia aguardam a revalidação do diploma através desse exame, para poderem atuar no seu Estado natal. Além destes, há outros 3 mil estudantes rondonienses cursando Medicina em faculdades na Bolívia. Estes médicos terão uma oportunidade fantástica para trabalhar aqui no Estado, onde a Unir - conforme o ministro da Saúde me afirmou na semana passada - está apta a fazer o exame Revalida e assim garantir que possam trabalhar com tranquilidade no Brasil.
Cabe assim questionarmos se é melhor não termos médico nenhum ou termos médicos com diplomas válidos em outros países, mesmo sem o Revalida.
Um bom final de semana para todos.
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