Nesta sexta-feira também realizamos uma audiência pública na Comissão de Agricultura do Senado para discutir a educação rural no Brasil. O cenário é preocupante: uma vez que 23,18% das pessoas com mais de 15 anos que vivem no campo (quase cinco milhões) é analfabeta, e 59% não concluiu o ensino fundamental. Nos últimos cinco anos, mais de 14 mil das 76 mil escolas existentes na área rural fecharam as portas.
A aposta de mudança neste cenário é o Programa Nacional de Educação no Campo (Pronacampo), lançado pelo governo federal no final de março. O Pronacampo é uma “tentativa de resposta e solução” aos problemas do campo, onde o governo pretende investir R$ 1,8 bilhão para melhoria do ensino no meio rural. O programa prevê a reforma e construção de escolas; a melhoria nas condições de transporte dos alunos, contemplando áreas quilombolas e comunidades tradicionais; e a formação de professores.
Há muito tempo a escola rural está abandonada, os alunos precisam percorrer enormes distâncias, atravessando rios e estradas em péssimas condições para ir às cidades. O Pronacampo é visto como a “salvação da lavoura” em Rondônia e em muitos rincões do Brasil.
O representante do Ministério da Educação, Antônio Lídio de Matos, ressaltou que o Pronacampo conta com outras ações da pasta no reforço do ensino no campo, onde 182 mil professores atuam sem formação; 90% das escolas não têm internet; e quase 8 mil não têm acesso à água potável. Segundo ele, o campo abriga 49% das escolas brasileiras e mais de 6,2 milhões de matrículas.
Antônio Lídio Matos advertiu ainda que o Pronacampo vai enfrentar o problema da educação no aspecto estrutural, mas que é fundamental ter pessoas e profissionais motivados e qualificados para a execução de um trabalho transformador com o educando.
Considero a meta de formação de professores do Pronacampo muito modesta e solicitei ao representante do Ministério da Educação a ampliação dos cursos de formação de professores nas universidades particulares e estaduais. Limitar a formação dos professores às universidades federais é limitar o número de professores formados e prejudicar as metas do Pronacampo.
Acredito que o Senador pode apresentar moção no plenário que altera totalmente a visão de hoje - confusa e excludente - do ensino no campo.
ResponderExcluirEscolas com regime de internato semanal - os alunos chegam segunda pela manhã e tem aulas até sábado pela manhã, sendo liberados para passar o fim de semana com seus pais, em seus lares - poderiam sanar de vez a questão da distãncia e melhorar o aproveitamento do aluno. Escolas com níveis fundamental e médio, com custo zero para o aluno. Uniformes, alimentação, transporte, assistência médico-odontológica e psico-pedagógica, seriam a forma mais civilizada de investir esse 1,8 bilhão n futuro. As disciplinas envolveriam o labor no campo e o ensino médio poderá ser profissionalizante, direcionado para as carreiras de zootectnia, biologia, agronomia, piscicultura, etc... Um verdadeiro exemplo de cidadania do parlamentar que apresentar a proposta e perseguir o projeto até sua total implementação.