O presidente da Associação Rondoniense dos Municípios (Arom) Laerte Gomes denunciou ao presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), senador Acir Gurgacz (PDT), a formação de cartel entre laticínios na região central do Estado para controlar o preço do leite. A prática, segundo ele, vem afetando a economia dos pequenos e médios produtores, que recebem preços diferenciados pelo litro de leite. São valores entre R$ 0,58 e R$ 0,70. O baixo preço em contraste com alto custo de produção, somado a um novo de padrão de qualidade imposto pelo governo e as denúncias protocoladas pela Arom, serão debatidas na audiência da CRA no dia 26 de agosto nos municípios de Alvorada D’Oeste, São Miguel do Guaporé, Seringueiras e Nova Brasilândia.
“Como essa empresas recebem isenção do governo do Estado, precisamos que providências sejam tomadas com a máxima urgência, e as denúncias sejam apuradas de forma que produtores não sofram mais e possam receber preços igualitariamente. Até porque nós estamos em plena seca, período de queda na produção e alto custo de suplementos”, disse Laerte Gomes, presidente da Arom.
Segundo Laerte, quando procurou o presidente da CRA, o senador Acir Gurgacz, ele se prontificou de imediato na realização de uma audiência para debater a situação dos produtores na região. As reuniões foram agendadas para o dia 26, às 9h em Alvorada D’Oeste, 11h em São Miguel, 14h Seringueiras e 16h30 Nova Brasilândia.
“Essas serão audiências oficiais da CRA, onde os produtores terão a oportunidade de fazer questionamento em relação ao preço do leite e de políticas públicas para o setor. O sistema que praticam hoje massacra o homem do campo. Pior os produtores podem enfrentar uma queda de mais de 30% na produção devido ao período de seca nesta época do ano”, comentou.
AUDIÊNCIA
O senador Acir Gurgacz, presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, convidou o secretário de Estado da Agricultura, Anselmo de Jesus, representantes da Assembléia Legislativa, Governo do Estado, Conseleite, dos laticínios e dos produtores do Estado para as reuniões e para uma audiência, onde os assuntos denunciados serão amplamente debatidos.
PRODUÇÃO
Rondônia é o sétimo maior produtor de leite do Brasil. O mercado de leite no País cresceu com uma taxa de 4,4% ao ano, nos últimos oito anos. A Associação Brasileira dos Produtores de Leite contabiliza hoje quatro milhões de trabalhadores nos diversos setores da cadeia produtiva leiteira do País. No entanto, em meio a tanto desenvolvimento, ainda existem discrepâncias no setor. “Precisamos olhar mais a fundo o mercado de leite brasileiro. A Comissão de Agricultura tem o dever de fazer essa análise, de forma aberta para a participação de integrantes do setor e popular”, explica o senador Acir.
O agronegócio brasileiro do leite vem passando por profundas mudanças nestes últimos anos, por causa da abertura da economia brasileira à competição do mercado internacional, mas essa competição parece não ser suficiente para impor regras mais justas de mercado. “Hoje o produtor recebe muito pouco e o consumidor paga muito caro”, exemplifica Acir Gurgacz. “Em um sistema mais equilibrado essas margens são menos acentuadas, permitindo ganhos e economia para todos, e redução de prejuízos ao homem do campo”.
Senador Acir Gurgacz e o presidente da AROM, Laerte Gomes
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