Travessia dos 877 quilômetros da BR-319 ocorreu em pouco mais de 40
horas de deslocamento de Porto Velho a Manaus. Durante o percurso, muitos buracos
e atoleiros.
Trecho com desvio onde caiu uma ponte, bem no meião da rodovia |
Uma estrada abandonada, cheia de
atoleiros, com pontes quebradas e a pista praticamente tomada pela floresta
amazônica, condenando milhares de pessoas ao isolamento, à insegurança e
dificuldades de toda ordem, é o que a diligência da Comissão de Agricultura e
Reforma Agrária do Senado Federal encontrou na BR-319, considerada a pior
rodovia federal do país.
Uma caravana formada por 65
pessoas, em 22 caminhonetes 4x4, percorreu os 900 quilômetros rodovia em cerca
de 40 horas. A diligência, coordenada pelo senador Acir Gurgacz (PDT), saiu às
15h30min de domingo de Porto Velho, e chegou nesta terça-feira, por volta do
meio dia, em Manaus. Este tempo de viagem entre as duas capitais, considerado
bom, só foi possível porque quase não choveu, pois o inverno amazônico ainda
não trouxe o volume de chuvas típico deste período.
Caravana da diligência da Comissão de Agricultura do Senado partindo de madrugada de Humaitá (AM) |
Para o senador Acir Gurgacz a
diligência está cumprindo muito bem seus objetivos, como evidenciar para a
sociedade a importância desta rodovia para a economia regional e para as
pessoas que moram na Amazônia, bem como para pressionar o governo federal no
sentido de agilizar o licenciamento ambiental e os procedimentos técnicos e
burocráticos para sua recuperação.
“Estamos mostrando para o Brasil
que a restauração desta rodovia, com a presença do Estado na fiscalização, pode
ser uma forma de auxiliar na proteção da floresta, além de promover a
integração da Amazônia e de fortalecer a economia de Rondônia e do Amazônia,
principalmente com o comércio de produtos da agricultura familiar”, destacou
Acir.
Senador Acir Gurgacz concedendo entrevista no distrito de Realidade, em Humaitá |
Durante a diligência, uma ponte
quebrou quando uma caminhonete do último comboio passava sobre ela. Apesar do
susto, ninguém se machucou, apenas o carro ficou danificado. Os integrantes do
comboio tiveram que improvisar uma passagem com troncos de árvores e pedras
para a passagem dos demais veículos. Os piores atoleiros foram enfrentados na
parte final da rodovia, no final da tarde de segunda-feira, quando começou a
chover.
Ao longo dos 877 quilômetros da rodovia diligência atravessou 125 pontes semelhantes a essa |
O deputado Marcos Rogério (PDT-RO)
lamentou que o governo brasileiro tenha deixado a BR-319 chegar nesta situação
de abandono, uma vez que foi construída, há 40 anos, justamente para integrar a
Amazônia. “Hoje, resta aqui um desafio, que o mesmo de 40 anos atrás, que é
reconstruir essa rodovia para integrar de fato a Amazônia ao resto do Brasil, e
permitir a passagem no desenvolvimento para essa região, para que a produção de
Rondônia possa acessar o mercado de Manaus e que a produção do Amazonas possa
ter um caminho alternativo para o resto do Brasil”, frisou.
Deputado Marcos Rogério, entre o senador Acir e os técnicos da EPL e do Dnit |
Na chegada a Manaus, os
participantes da diligência foram recepcionados por autoridades políticas e
econômicas do Amazonas e a torcida pela reconstrução da BR-319 ganhou força. “É
um investimento importante para o Brasil. O estado do Amazonas vive um estágio
de isolamento, temos as nossas estradas naturais, que são os rios, mas
precisamos de uma ligação física com o Brasil, e a BR-319 é esse marco de interligação
rodoviária do país, do Oiapoque ao Chuí”, frisou o vereador Elias Emanoel, de Manaus.
Na chegada da diligência em Manaus, senador Acir Gurgacz conversa com o presidente da Rede Amazônica de Rádio e Televisão, Phelippe Daou, e o vereador Elias Emanoel, de Manaus |
O prefeito de Vilhena, José Rover
(PP-RO), que participou da diligência, chamou atenção para a dificuldade do
percurso e vê a reconstrução da rodovia como uma saída para a agricultura familiar
de Rondônia. “Hoje conseguimos passar pelo rodovia apenas com carros traçados,
mas temos lutar para que carros de passeio, ônibus e caminhões também
possam fazer esse caminho, que é um
caminho muito mais curto para a nossa produção agrícola, que hoje não consegue
chegar até o mercado consumidor de Manaus justamente pela ausência desta
estrada”, salientou Rover
Prefeito de Vilhena, José Rover (Centro) com assessor e diretor da OCB-RO, Salatiel Rodrigues |
Para o presidente da Rede
Amazônica de Rádio e Televisão, Phelippe Daou, a Amazônica está interligada ao
Brasil apenas através dos meios de comunicação, mas os brasileiros das outras
regiões pouco conhecem sobre a Amazônia. “Temos que promover a interligação
física da Amazônia com o restante do Brasil, temos que ter meios de ir e vir, e
é isso que buscamos com ações como a que a Comissão de Agricultura do Senado,
por intermédio do senador Acir Gurgacz está fazendo e só temos que louvar essa
iniciativa e trabalhar para que a rodovia seja recuperada”, disse Daou.
meus parabéns pela iniciativa,sou cidadão amazonense , e ex morador das margens da br 319 , resido a 20 anos em santa catarina mais meu coração ainda pulsa ao rítimo do que era essa estrada na época em que morei a suas margens. ainda sonho com o dia em que irei visitar meus parentes usando meu carro de passeio saindo de santa catarina via br 319 para manaus obrigado por tudo o que tens feito pelo povo amazonidas
ResponderExcluirmeus parabéns pela iniciativa,sou cidadão amazonense , e ex morador das margens da br 319 , resido a 20 anos em santa catarina mais meu coração ainda pulsa ao rítimo do que era essa estrada na época em que morei a suas margens. ainda sonho com o dia em que irei visitar meus parentes usando meu carro de passeio saindo de santa catarina via br 319 para manaus obrigado por tudo o que tens feito pelo povo amazonidas
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