Somos todos iguais perante a lei, mas não somos todos iguais perante a física. Isso fica bem claro todas as vezes que vemos um deficiente físico passando dificuldades para entrar em algum prédio que seja desprovido de acessos especiais, como rampas, corrimãos especiais e outros. Esse é o tipo de imagem que incomoda muito.
Nesta sexta-feira foi comemorado o Dia Internacional do Deficiente Físico. O histórico da data remonta quase 30 anos. Em 1982, a Assembleia Geral da ONU, criou um programa para atender as necessidades das pessoas com qualquer tipo de deficiência física, o Programa de Ação Mundial para Pessoas com Deficiência. Dez anos depois, a mesma ONU instituiu o dia 3 de dezembro como o Dia Internacional do Deficiente Físico. Uma data dedicada à conscientização, comprometer e fazer com que programas de ação conseguissem modificar as circunstâncias de vida dos deficientes em todo o mundo.
De lá para cá a sociedade mudou muito em relação às necessidades especiais dos deficientes físicos, mas há o que melhorar. Atualmente podemos ver essas pessoas trabalhando em empresas públicas, supermercados, lanchonetes, restaurantes, farmácias, escolas, pois a lei obriga que um percentual dos funcionários sejam portadores de necessidades especiais, como forma de abrir-lhes oportunidades no mercado de trabalho.
Esse tipo de cuidado tem que aparecer também na formação educacional. As escolas em geral precisariam contar com profissionais aptos a tratar as limitações, comprometidos com a formação dos professores, coordenação e direção, que não raro ficam sem saber como atender as necessidades especiais. Seria dever da escola promover esse conhecimento a fim de garantir o aprendizado de uma profissão, dando-lhes garantia e dignidade para o futuro.
Apesar de não sermos todos iguais perante a física, que volta e meia requer mais do que somos capazes de fazer, mesmo quando não somos portadores de deficiências físicas, somos iguais perante a lei e com relação à nossa capacidade de trabalho. Isso porque independentemente de nossas impossibilidades, sempre há uma forma de aproveitar o melhor de uma pessoa.
Não podemos exigir que um cadeirante atue nos Correios como carteiro, mas, como acontece notoriamente, os mesmos podem ocupar postos de atendimento público com total eficiência.
Por isso é importante que consigamos entender que não bastam rampas de acesso e corrimãos especiais. É preciso que nossa sociedade tenha em suas mentes tais “rampas de acesso”, permitindo que todos nós tenhamos mentes abertas às capacidades do outro reconhecendo naquele que é diferente, tudo que é igual a cada um de nós.
Somos todos cidadãos desse Estado, desse País, desse planeta. Estamos juntos nessa caminhada. Uma boa semana para todos. Para todos mesmo.
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