quarta-feira, 2 de março de 2011

Em debate o meio ambiente


O relatório do novo Código Florestal será apresentado ao plenário da Câmara dos Deputados na última semana de março. Uma mobilização nacional será realizada no dia 23 de março, em Brasília, com a presença de agricultores de todos os Estados do Brasil. A matéria depois seguirá para o Senado Federal. A nossa intenção é ampliar as discussões acerca do Código na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, da qual estamos à frente, na presidência. Os deputados estaduais de Rondônia vieram aqui nesta semana exatamente para discutir o assunto.

Estamos, desde o início de nossa atividade parlamentar, aqui no Senado, lutando em defesa de uma legislação realmente BRASILEIRA sobre o aproveitamento do meio ambiente. O que vemos hoje, tanto em termos de lei, quanto em termos de patrulhamento ambiental-ideológico, é A VISÃO DA NECESSIDADE DOS ESTRANGEIROS, mesmo aqui no Brasil.
E de que precisam os estrangeiros?
Eles precisam que o Brasil esteja fora da competição no cenário mundial de produção de alimentos, pois hoje somos o terceiro maior produtor de alimentos do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da União Europeia. Em termos de país, nós somos, na realidade, o segundo maior produtor, porque a produção europeia é grande porque corresponde à soma de vários países.
O Brasil, hoje, atrapalha o negócio dos grandes produtores mundiais de alimento. Isso porque consegue fornecer alimentos a custo baixo, em maior quantidade, e estamos caminhando para, nos próximos anos, chegarmos à colocação de maior produtor mundial. Os próprios americanos OFICIALIZARAM o temor que têm com relação à nossa capacidade ao divulgar, no ano passado, o estudo “Fazendas Aqui, Florestas Lá” que mostrava o interesse deles em conter o nosso agronegócio, para reduzir a necessidade dos subsídios do governo DELES para os produtores norte-americanos.
Neste estudo eles chegam à conclusão que se fosse possível reduzir o desmatamento e a produção na zona tropical, onde nos encontramos, em 50% até 2020 e 100% até 2030, o faturamento do agronegócio DELES  teria um rendimento adicional anual de 270 bilhões de dólares.
Com isso só dá para acreditar que realmente o interesse dos europeus e norte-americanos não é com o meio ambiente.
Se fosse com o meio ambiente, eles se preocupariam com o desmatamento na África. Mas isso não acontece. Europeus, árabes e chineses estão devastando a África para fazer plantio de alimentos e mineração. Preservação eles somente querem aqui no Brasil.
Não acho que devemos provocar mais desmatamentos. Precisamos trabalhar com liberdade, atuar nas zonas já degradadas e ajudar nossos produtores. Precisamos pensar em CONSERVAR  o meio ambiente com sabedoria e bom senso.
Os estrangeiros veem na agricultura apenas o lucro.
Podemos produzir mais e vender mais barato,
mas não parece que é isso que eles querem

Um comentário:

  1. Ao menos 70% dos recursos financeiros utilizados na compra se insumos, sementes e logística, dependem do capital externo.
    Nos EUA, um pouco mais de 37 mil fazendas, num universo de 2 bilhões, é responsável por 50% da produção deles, o que não muito diferente daqui.
    As dezenas de estudos e relatórios só concordam em uma coisa, o mundo terá, em breve, 10 bilhões de bocas para alimentar, e, mesmo que dobremos a produção mundial, muitos morrerão de fome.
    O Brasil patina as casa das 135/50 milhões de toneladas há quase 10 anos, nada comparável à evolução de 60 para 120 milhões entre 1992/2002. Na administração ensinam uma tal de “curva da viabilidade”, uma hora para de subir, estaciona, e se não cuidar, começa a descer.
    A alavancagem do agronegócio só foi possível com o advento da CPR em 1994, quando possibilitou que os produtores rurais tivessem uma alternativa de financiarem sua produção, mesmo endividados e sem acesso ao crédito rural. E foi assim que o capital externo começou a "dominar-nos", e nos deixar refém com um passivo de mais de 100 bilhões de reais. A prova disso são as constantes e infinitas re-negociações, os nossos produtores rurais “vendem o café pra comprar o almoço”, o são por teimosia.
    Quanto à questão ambiental, lembro da vibração e de investirmos alguns milhões na onda do "seqüestro de carbono", muitos Líderes disseram que era a solução para a salvação do Planeta, e que o agronegócio sustentável brasileiro iria ser o maior parceiro desse novo modelo, tudo para poder colocar as mãos em alguns dos prometidos milhões de eco-dólares. O Sistema não deslanchou e com ele o nosso apoio .
    No atual contexto onde as Commodities ditam as regras, e o os “alimentos” que o Brasil produz (soja, milho, algodão e café), são, na realidade, matéria prima pra os conglomerados transnacionais (S.A) dos quais muitos “Brasileiros” são acionistas e, portanto, co-autores dessa referida espoliação.
    Penso que a “soberania de uma nação” deixou de ser uma questão econômica e territorial, quando olho para a aquisição de terras por estrangeiros no Brasil e no Mundo; para a Comunidade Européia; e para as ações intervencionistas do EUA e Cia, em países da Al, Europa e OM. Hoje, uma Nação só é soberana de sua cultura, princípios éticos e compromisso com o bem estar do seu povo e do futuro do planeta, o resto é virtual.
    Quanto ao meio ambiente, particularmente as Florestas, desculpe, mas só quem nunca tocou uma roça desconhece os efeitos do tempo sobre uma área desmatada em ambiente propício, basta 5 ou 10 anos sem destoca ou roço que tudo volta a se recuperar, com outras espécies, mas volta.
    O Bom é aprovar o Relatório do Aldo, e acordar um TAC entre as ONGs, CNA, OCB, SRB, entidades setoriais, Governos Estaduais, MMA, MAPA, MIN e o Ministério Público, para promover uma ação efetiva na recuperação das áreas em processo de desertificação, que somam mais de 1,7 milhões de km2, quase 17% do território nacional, presentes em quase todos os Estados.
    Isso sim seria compromisso com o meio ambiente e a produção de alimentos.

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