O tema da Campanha da Fraternidade deste ano foi escolhido de forma muito acertada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Intitulada “Fraternidade e a vida do Planeta” ela trata, resumidamente, da necessidade urgente do mundo encontrar maneiras de combinar o desenvolvimento com a conservação do meio ambiente de forma mais solidária.
Ao falar de fraternidade e da vida do planeta Terra, a campanha alerta para a necessidade de estabelecermos uma convivência mais harmoniosa entre os seres vivos, entre plantas, animais, águas e o ser humano. Essa abordagem rompe barreiras, pois durante muito tempo o nosso paradigma foi o de enfrentar a natureza. Como bem sugere a campanha, hoje precisamos aprender a conviver com ela, com os seus fenômenos e limites. Neste sentido, a campanha aborda a busca de meios com os quais possamos viver bem, na perspectiva do desenvolvimento humano com proteção ambiental.
Isso nada mais é do que uma proposta de busca pelo equilíbrio no aproveitamento da natureza, de nossos recursos naturais, sejam eles utilizados no extrativismo, na agricultura ou na ciência. Não há futuro sem que encontremos esse equilíbrio. Digo isso porque vivemos em um mundo com cerca de 7 bilhões de pessoas que usam os recursos naturais e precisam de alimentos todos os dias, e, infelizmente, em muitos pontos do planeta, alguns deles aqui mesmo no Brasil, tem muita gente que não consegue comer todos os dias.
Usar de forma sustentável os recursos naturais e estimular a produção de alimentos em larga escala são interesses comuns de todos. Por isso, não vamos cair nas armadilhas do falso ambientalismo que na verdade esconde interesses escusos de grandes corporações internacionais e nações poderosas que querem barrar o desenvolvimento de nossa agricultura. Um mundo sustentável passa pela adoção em escala global de uma política de conservação ambiental e desenvolvimento. Temos que cobrar essa postura de todas as nações, mas principalmente das nações mais poderosas do globo que já dilapidaram os seus recursos naturais, continuam explorando de forma colonial e insustentável o continente Africano, e agora pregam a preservação da Amazônia brasileira e tentam impor barreiras à nossa agricultura.
É por isso que a Campanha da Fraternidade deste ano traz uma mensagem tão importante: precisamos encontrar o equilíbrio entre a conservação do meio ambiente e a conservação da vida e da raça humana no planeta Terra. E não há outra forma de fazer isso sem que consigamos assimilar de fato o espírito da Campanha da Fraternidade, e estabelecermos uma nova forma de relacionamento com o meio ambiente. A divisão, a disputa, ou o enfrentamento entre ruralistas e ambientalistas, por exemplo, é reflexo de uma visão reducionista de relacionar a natureza e a sociedade sempre em confronto, e do paradigma já ultrapassado de enfrentar a natureza. Do ponto de vista biológico esta disputa existe, e a convivência nem sempre é harmoniosa. Mas tal como na natureza, na sociedade também são necessárias estratégias de paz para a sobrevivência. O enfrentamento cego pode nos levar ao colapso.
Uma boa semana a todos.
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