No dia 11 de março deste ano Rondônia se despediu de meu amigo Eduardo Valverde. Professor, auditor fiscal do Trabalho, graduado em direito, administrador, ex-oficial da Marinha Mercante, ex-deputado, chegou a ser diplomado senador em 2001, Eduardo Valverde era um homem de múltiplos talentos e de uma integridade única. Pai de família, defensor de minorias, nasceu no Rio de Janeiro em 1957 filho de Vanderval Araújo Alves e Cecília Ansel Valverde. Foi, assim como muitos de nós, adotado gentilmente pelo Estado de Rondônia, e a ele se dedicou incansavelmente. Foi candidato ao governo do Estado no ano passado, quando licenciou-se do mandato de Deputado Federal, na Legislatura 2007-2011.
Valverde era um homem de temperamento tranqüilo, de fala mansa e acadêmica. Gostava de ensinar, de deixar claro seus pontos de vistas. Era um político que tinha muito a oferecer para Rondônia e para o Brasil. Por isso, nesta homenagem, não quero falar do passado de Eduardo Valverde. O passado ficou para trás e comprova todos os valores deste homem, que citei agora.
Quero falar do futuro que Valverde ansiava, com o qual sonhava e queria para nosso Estado. Acredito realmente que falar desse futuro específico estaremos contribuindo mais para que seu sonho passe a ser também o sonho de outras pessoas... o sonho de todos nós.
Por isso quero citar aqui algumas palavras dele, citadas à imprensa e por isso imortalizadas. Palavras que ele utilizou para descrever como via Rondônia nos próximos 10 anos:
“Vejo uma Rondônia industrial, comercializando com os países latino-americanos, principalmente a Bolívia, Peru, Equador e a Venezuela... Vamos escoar produtos para todos os lados, norte e sul. O Estado será cortado por uma infraestrutura de transporte, facilitando a integração latino-americana e abrindo o Brasil para o mercado asiático”.
Mas ele sabia que Rondônia não precisa apenas de desenvolvimento econômico. Ele sabia muito bem que o desafio de aprimorar o nosso Índice de Desenvolvimento Humano é algo que deve acompanhar par e passo os esforços pelo crescimento material. Por isso dizia:
“O problema de segurança pública é a nossa principal deficiência”, explicava. Para ele, era preciso também dedicar maior atenção à saúde, e para isso ele sonhava com a regionalização do atendimento.
Ele era taxativo ao descrever como via a forma de Rondônia romper com seus problemas estruturais, e dizia assim:
“Precisamos de uma proposta com visão de futuro, vislumbrando o crescimento econômico para o Estado, com idéias para melhorar o setor comercial, potencializar a pecuária, a agricultura e toda a economia, sem perder os investimentos.
Precisamos ainda dialogar com as comunidades indígenas e quilombolas para inseri-las de vez no espaço rondoniense.
Precisamos fazer um trabalho com os camponeses para dar suporte a eles na área rural e capacitar mão de obra e gerar emprego para a nova fase urbana e industrial de Rondônia, que está por vir”.
Faço nossos os sonhos e a forma de pensar de Eduardo Valverde. Desejamos uma Rondônia como a que ele idealizou e soube verbalizar o caminho para chegar lá.
Concordamos com a valorização das minorias, com o respeito ao ser humano e com sua visão econômica. Um homem de múltiplos talentos mas um único anseio: - ver a sociedade crescendo junto com ele, se desenvolvendo de forma igualitária e com senso comum.
É um bom sonho a ser sonhado, esse de meu saudoso amigo Eduardo Valverde.
Recomendo esse sonho para todos nós. E que esse sonho se espalhe por todo o Brasil.
Acir, por mais paradoxal que pareça devo parabenizar-te pelo artigo.
ResponderExcluirTive a oportunidade de conhecer Valverde que, aliás, frequentava muito a minha residência (oportunidade em que morei em Ji-Paraná)e onde, em longos papos falávamos sobre o desenbvolvimento de Rondônia e, sobretudo, sobre a Política rondoniense. Tudo isso regado a um bom vinho com tiragosto de queijo.
Fiquei chocado quando soube do acidente.
Grande abraço Senador.
(Quando vires à Curitiba me procure. Gostaria de conversar contigo)
Atenciosamente
João Batista do Lago