Há uma tendência generalizada de relacionar todas as mudanças climáticas ao alegado aquecimento global, que seria causado pelas atividades humanas, pelas emissões de gás carbônico, pela queima de combustíveis fósseis e por gases gerados quando se derrubam florestas e se fazem queimadas.
Isso, hoje em dia, é o cerne do ambientalismo internacional, e quero analisar dois aspectos que passam despercebidos:
· o primeiro é o da estrutura ideológica política perigosa, na qual se transformou no ambientalismo internacional ;
· e o segundo é o aspecto de deficiências graves de planejamento estratégico, que sem isso o movimento torna-se inaceitável e anti-humano, como demonstrarei.
De antemão afirmo que somos a favor da conservação do meio ambiente e defendemos melhores maneiras fazer isso para as futuras gerações. Falaremos de uma maneira brasileira de cuidar do meio ambiente, com luz própria, sem influências internacionais.
Primeiro, analisemos o ambientalismo internacional como uma ideologia política perigosa.
Os conceitos, as estratégias e o planejamento do ambientalismo internacional não surgiram espontaneamente, como resultado de um processo científico discutido abertamente pela comunidade científica. Ao contrário, houve, e ainda há, esforços intencionais, das grandes potências, para servir a propósitos pré-estabelecidos, seguindo uma estratégia de moldagens de crenças e de criação de um dos maiores paradigmas da atualidade. Isto dá ao movimento a estrutura de uma ideologia política imposta ao mundo.
Muitos pensarão: “mas se esta ideologia é para proteger o meio ambiente contra catástrofes climáticas, está correto que as grandes potências imponham metas e normas para proteger todo o mundo”. Este seria um raciocínio correto, mas, justamente, por ser uma ideologia, corremos o risco de equívocos perigosos. Ideologias muitas vezes não seguem a lógica, os planejamentos e a ciência de maneira correta, por servirem a interesses políticos e econômicos.
Analisemos então a armação das duas principais premissas do ambientalismo internacional para estruturar esta moldagem de crenças, este paradigma do aquecimento global concluímos:
· Premissa 1 - “Há um perigo alarmante, maior que todos, que é o do aquecimento global” - Com isso foi criado o temor generalizado ante uma ameaça global.
· Premissa 2 - “Este aquecimento global está sendo causado pelas emissões de gases de efeito estufa, principalmente o gás carbônico, resultantes da atividade humana”
n A primeira conclusão seria: “O controle das emissões de gases é, portanto, a ação mais importante do mundo, mais importante do que o combate à miséria e do que o desenvolvimento sócio-econômico dos países pobres.”
n A segunda conclusão seria: “Há que se criar estruturas supranacionais de governança mundial, porque os países pobres não têm condições de cuidar do meio ambiente”.
Como o Secretário Geral da ONU, Ban Ki-Moon, havia prometido que conseguiria na Conferência de Copenhague (COP 15): um enorme avanço no reforço de estrutura de governança mundial.
A COP 15 foi uma decepção em termos de metas definidas de redução de emissões porque as grandes potências não se comprometeram a nada; e também em termos de ajuda econômica para os países em desenvolvimento, o que também não aconteceu. Por outro lado, as grandes potências não perderam a oportunidade de:
1. estruturar a rede burocrática para governança mundial com contratação de mais 700 novos agentes, com altíssimos salários;
2. criar taxas de transporte para aviões e navios;
3. criar um comprometimento mundial dos países ricos: de US$ 10 bilhões por ano até 2012 , US$ 50 bilhões por ano até 2015 e de US$ 100 bilhões por ano até 2020.
4. definir uma colossal taxação de 2% sobre todas as transações financeiras: a qual vai para o FMI e Banco Mundial.
Os ESTADOS UNIDOS chegaram em maio passado ao cúmulo de publicar um projeto que se chamou “Farms here Forests there” “Fazendas aqui (nos USA) e Florestas lá” (no Brasil), estudo patrocinado pela Associação Nacional dos Fazendeiros e pela ONG Parceiros Contra o Desmatamento. Este estudo se baseia na estratégia de diminuir a expansão de vendas internacionais de alimentos brasileiros, para aumentar os preços praticados por eles no mercado internacional. Calcularam um ganho adicional de US$ 80 bilhões na renda agrícola americana, dos quais nos dariam uma compensação – a mínima possível. Seria uma gorjeta em dólares, para nós, aqui, acatarmos pressões ambientalistas para diminuir a nossa produção e o nosso desenvolvimento.
É como querer transformar o Brasil num fundo de quintal do mundo para ser preservado, para que as grandes potências possam continuar produzindo, mesmo que seja à custa de elevar os preços de alimentos no mundo devido à queda na produção.
Estamos, desta forma, vendo claramente como também há interesses financeiros por trás do ambientalismo.
E isso nos leva a uma nova questão: afinal, o aquecimento global está acontecendo ou não? Os seres humanos são mesmo responsáveis por essa mudança climática?
Eu evitarei ousar entrar nesta controvérsia porque é matéria científica e complicada, que deveria ser objeto de uma Conferencia Científica Mundial. Não podemos fechar esta questão, mas devemos lembrar que a grande mídia não publica a existência de uma controvérsia científica muito séria a respeito desse aquecimento. Há trabalhos científicos de milhares de cientistas que contrariam as afirmações do ambientalismo internacional.
Quero, no entanto, ater-me à distorção lógica, ao erro de raciocínio, no qual incorre o ambientalismo, haja ou não haja o aquecimento global, pelo fato de exagerar em sua estrutura de ideologia política, o que o faz divorciar-se da verdade.
Isto está claro se pensarmos que haja ou não o aquecimento global, seja ou não causado pelo homem, nada, de nenhuma maneira, justifica o erro colossal de lógica do ambientalismo de menosprezar o ser humano como parte da natureza a ser conservada. Temos cerca de 6,7 bilhões de seres humanos, animal mamífero que evoluiu na natureza, junto com todos os outros seres vivos – portanto pertence a ela. Qualquer esforço em proteger a natureza deve cuidar também do ser humano.
Outro exemplo de distorção lógica: os ambientalistas propagam estar defendendo as gerações futuras, mas não defendem a geração de hoje, que não sabe como sobreviver até a semana que vem. Ou seja: o ambientalismo internacional baseia seu discurso na preservação da vida, alegando preocupação com as gerações futuras, mas na prática não faz nada agora e morrem hoje 16.000 crianças por dia (5,8 milhões por ano) de efeitos diretos e indiretos da fome, que afeta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo. Ao mesmo tempo, a falta de saneamento básico, problema ambiental mais sério do mundo, atinge 40% da população mundial, causando a morte de mais 2,3 milhões de crianças por ano. Isso é um sintoma que mostra como interesses capitalistas internacionais induzem a distorções de lógica, neste caso denunciando até um sinal da decadência da nossa civilização.
Outra incoerência: o ambientalismo quer restringir aqui as emissões de gases, mas as grandes potencias não param de emitir os mesmos. Há 18 anos não se comprometem a nenhuma redução. Os Estados Unidos afirmam que dependem de uma comprovação científica da real necessidade da redução de emissões com aprovação do Congresso. A Europa disfarça e não se compromete. Enquanto isto, criam formas de comprar reduções de emissões do terceiro mundo, como o crédito de carbono.
O segundo aspecto das deficiências graves do ambientalismo é quanto ao seu planejamento. Sem isso o movimento se torna inaceitável e anti-humano. Esse planejamento é uma ferramenta que possibilita atingir metas e para isso tem que contar com:
1º. Conhecimento dos fatores envolvidos
2º. Conhecimento dos seus relacionamentos de causa e efeito
3º. Uso de estratégias corretas para as ações, a fim de atingir resultados, sempre se ajustando para continuar com sucesso.
O ambientalismo internacional vem cometendo erros crassos de planejamento, como demonstraremos com exemplos concretos:
1. O Planejamento estratégico do ambientalismo, ao não atacar o problema básico da pobreza e da miséria, cria automaticamente a destruição da natureza, por atividades não sustentáveis dos mesmos, nas fronteiras de expansão agrícola, nas bordas das Unidades de Conservação. Com miséria não se consegue conservar a natureza. Os países em desenvolvimento têm maior porcentagem de pobreza, logo seriam mais vulneráveis a mudanças climáticas, e merecem, com prioridade, estratégias de combate à pobreza, antes de tantas medidas de restrição de emissões.
2. Querem restringir o desmatamento e não fazem nada para melhorar a renda e a sustentabilidade dos pequenos produtores rurais, os quais, por exemplo no Brasil, são as únicos que estão ainda fora de controle quanto ao desmatamento: desmatam por pobreza, ou acabam expulsos, para o êxodo rural.
3. Querem mudar a matriz de energia, só que mais de TRÊS QUARTOS da população mundial, por pobreza, dependem de carvão vegetal, lenha e esterco como fontes de energia. Sem energia à base de combustíveis fosseis, não haverá esperança de combate à pobreza, pelo menos nos próximos 50 anos. As alternativas de matriz energética são caríssimas, inviáveis até para os ricos. O Brasil, que tem 90% de energia elétrica a partir de hidrelétricas, sofre pressão terrível para não fazer mais usinas... Energia nuclear o ambientalismo também não quer, o que então mostra também seu planejamento incoerente.
4. Várias das corporações econômicas que apóiam as ONGs que pressionam para desmatamento zero aqui no Brasil estão, hoje em dia, promovendo desmatamentos massivos na África. Restringem aqui, desmatam na África e não fazem nada para recuperar as coberturas vegetais nativas naquele continente, assim como na Europa (0,3%) e nem nos Estados Unidos (23%).
O Brasil tem uma expressão diplomática crescente nos foros mundiais, mas agora o País merece colocar toda a sua personalidade na questão do meio ambiente. A nossa aposta é de que o Brasil vai se desatrelar totalmente das influências internacionais para expressar sua soberania nessa questão.
O Brasil deve continuar com as metas de desmatamento ilegal zero, mas em conformidade com nosso Zoneamento Econômico Ecológico, feito à luz de nossa própria ciência, porque nos interessa como nação brasileira, pelo valor da biodiversidade, por motivos conservacionistas e não pela pressão que nos impõem.
Demonstraremos à opinião pública internacional que temos uma extraordinária capacidade técnica e científica e que não necessitamos a imposição de um ambientalismo internacional errado e mal planejado. Nossa proposta é por um planejamento correto para o problema de conservação do meio ambiente harmonizado com desenvolvimento sustentável:
Propomos primeiro que haja um esforço honesto e consistente para a solução da controvérsia científica a respeito das premissas do aquecimento global, se está havendo ou não. A exemplo dos Estados Unidos, que exigem esta solução para se comprometerem a qualquer redução de emissões. Em segundo lugar exigiremos a inclusão mais clara do ser humano na estratégia ambientalista.
Priorizaremos a sustentabilidade ambiental com sustentabilidade social e sustentabilidade econômica.
Com tudo isto, teremos certeza que não ameaçaremos o clima do planeta e sim daremos exemplo de desenvolvimento sustentável e em conservação da natureza. Somos a 2ª maior reserva de floresta nativa do mundo e as emissões per capita do Brasil são irrisórias.
Desta forma, priorizaremos o que é urgente: o ser humano e o desenvolvimento sustentável sob a luz da ciência e da tecnologia brasileiras. Trataremos de impulsionar o desenvolvimento, à toda força, com recuperação de áreas degradadas.
Temos a possibilidade histórica de ser o principal protagonista desta tomada de consciência mundial. Esta é a grande quebra de paradigmas que nos permitirá fazer o bem à humanidade.
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